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1822: Desmitificando a História do Brasil

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Aviso: O texto a seguir  possui spoilers, poucos, mas possui.

Comecei a ler 1822, por acaso. Confesso que sem empolgação, visto que as lembranças que tenho da minha professora de história, não são lá as melhores. E não era para menos, a referida docente costumava aplicar uma aula arrastada e exigia em suas avaliações uma cópia fiel das respostas prontas que muitas vezes ela mesma formulava. Ou seja, aquilo era um grande tédio. Mas voltando ao assunto principal, 1822 é sim um grande livro.

O autor Laurentino Gomes vai descrevendo a história brasileira de maneira muito agradável. As passagens, os personagens, tudo é desmitificado. Começando logo pelo grito do Ipiranga. Quando tal cena é citada, lembramos logo do quadro “Independência ou Morte”, de Pedro Américo, onde D. Pedro aparece cercado de soldados, empunhando sua espada, em um belo cavalo. Bobagem, na verdade, o imperador teria proclamado a independência montado em uma mula, diante de poucas testemunhas, fragilizado por uma incômoda dor de barriga. Para variar, o próprio quadro seria um plágio, baseado em outra obra, intitulada 1807, Friedland, de um francês chamado Jean-Louis Ernest Meissonier.

Há um capítulo todo dedicado ao enigmático Pedro de Alcântara (que para poupar sua paciência, não vou escrever o nome completo), figura principal do livro. Visto como herói por muitos, segundo Laurentino, ele estaria mais próximo ao que foi mostrado em “O Quinto dos Infernos”, série exibida na Rede Globo de Televisão, ou seja, um fanfarrão. Apesar disso, deixou sua marca na história como grande soldado e estrategista, admirador de Napoleão Bonaparte.

Outro importante fato a se destacar é que a separação de Portugal, não foi um acordo amigável entre pai e filho como podemos pensar. Muito sangue correu por terra para que ela acontecesse em plenitude. Os baianos foram os que mais contribuíram no processo. A Bahia expulsou as tropas portuguesas de Salvador, em uma guerra que durou mais de um ano e que sacrificou centenas de brasileiros, motivo pelo qual o dia 2 de julho (data da expulsão) é muito mais celebrado do que o 7 de setembro, na terra de Jorge Amado. E esses são apenas alguns dos motivos para que você se interesse por 1822, livro que me fez olhar a História do Brasil por uma outra perspectiva, e esquecer de vez minha época de escola.


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